O que é Lean Seis Sigma?
Lean Six Sigma é a união de duas das metodologias mais populares na gestão da qualidade de processos. Para compreender o que essa junção significa, precisamos conhecer melhor os conceitos separadamente. Então vamos começar com o Lean:
Como surgiu o Lean e o que significa?
Lean significa enxuto. O Lean Manufacturing – manufatura enxuta – é uma filosofia focada em eliminar desperdícios durante processos. Sua origem se deu no universo das indústrias japonesas, logo após a Segunda Guerra Mundial.
Com o país economicamente abalado, as indústrias da época não conseguiram manter a cadeia produtiva em massa, como era de costume. Nessa época, os engenheiros produtivos da Toyota, Taiichi Ohno e Shigeo Shingo, queriam desenvolver um sistema que não dependesse de grandes estoques e que fosse capaz de manter a produção com qualidade, mantendo o fluxo de caixa em movimento. Assim o fizeram.
Os resultados surpreenderam: 29,4% de aumento no resultado líquido e 7,4 milhões de automóveis vendidos. Graças a isso, logo o sistema Toyota de produção, hoje conhecido como Lean Manufacturing, se popularizou no Japão e até hoje é utilizado no mundo todo.
Mas em que consiste o Lean manufacturing?
O Lean é um compilado de práticas e técnicas que nos ajudam a identificar e eliminar desperdícios nos processos. Como vimos, a origem do Lean foi no ambiente dos processos produtivos, mas podemos aplicar nas áreas de negócios também. Recomendo a leitura deste outro artigo do nosso blog: Lean Office – Como ter um escritório enxuto com mudanças simples?
A metodologia lean foca em identificar 7 desperdícios e aplicar 5 princípios, veja quais são:
7 desperdícios do Lean Manufacturing (ou seriam 8?):
- Processamento impróprio
- Produção excessiva
- Estoque
- Transporte
- Movimentos desnecessários
- Defeitos e retrabalho
- Espera
Algumas literaturas também consideram um 8º desperdício: o Intelectual humano.
Leia mais: Conheça 7 desperdícios lean nas áreas de negócios
5 princípios do Lean Manufacturing
- Identificar o valor;
- Mapear o fluxo de valor;
- Criar um fluxo de trabalho contínuo;
- Estabelecer o pull (sistema de produção puxada);
- Buscar o aperfeiçoamento contínuo.
Leia mais: 5 princípios da filosofia lean para aplicar em qualquer tipo de processo
Como aplicar o Lean Manufacturing?
Derivados do Lean Manufacturing temos as abordagens: Lean office, Lean Healthcare, Lean Construction e Lean Startup, que se aplicam, consecutivamente, a escritórios, procedimentos de saúde, áreas da construção e startups. Apesar das aplicações serem diferentes, todas têm o mesmo propósito: produzir mais com menos!
O Lean busca sempre aperfeiçoar a produção para que as empresas consigam otimizar os recursos. Mas como isso é feito na prática? Com muita análise. Para isso, diversas ferramentas podem ser utilizadas: 5w2h, PDCA, Histogramas, Mapeamento de fluxo de valor, Diagrama de Ishikawa e diversas outras.
Agora que você já tem um entendimento melhor do Lean Manufacturing, vamos conhecer o Six Sigma e entender como esses dois métodos se relacionam.
E o Six sigma, o que é?
O Seis Sigma serve para diminuir a variabilidade dos processos. Na visão Six Sigma, quanto mais variabilidade mais erros acontecem. Isso dificulta a previsibilidade dos resultados.
Assim, a metodologia se concentra em caminhar para a perfeição, corrigindo os processos com base em dados para torná-los cada vez mais centrados nas necessidades do cliente.
O sigma, além de ser uma letra do alfabeto grego, é uma medida de variação estatística. Para as empresas, é uma taxa de desperdício que acontece nos processos. Em outras palavras, podemos dizer que é uma escala que ajuda a identificar o desempenho da operação.
Uma empresa que se encaixa em 1 sigma está mais propensa a erros e desperdícios. Já a organização que alcançou o nível mais alto de qualidade, o 6 sigma, está próxima da perfeição. Seria algo como 99,9997% livre de defeitos ou 3,4 peças defeituosas em uma produção de 1 milhão. Nada mal hein?!
Como surgiu o Six Sigma?
A metodologia Seis Sigma foi desenvolvida pela empresa Motorola em meados dos anos 80. No entanto, a popularização do programa se deve à General Electrics sob direção do executivo americano Jack Welch.
Com a implementação do método, a empresa passou por uma reestruturação profunda na sua cultura, estabelecendo como meta alcançar o nível Seis Sigma. Dois anos depois do início da iniciativa, a organização já colhia os frutos de seus esforços.
Como implantar o Seis Sigma
O seis sigma é conduzido por uma equipe multidisciplinar geralmente liderada por dois papéis, o Champion e o Black Belt, que devem ser certificados na metodologia. O Six Sigma funciona através da definição de metas.
O projeto é definido através da estratégia DMAIC, onde cada letra significa uma etapa – Definir, Mensurar – Analisar – Incrementar – Controlar. Em cada etapa podem ser usadas diversas ferramentas para atingir as metas estabelecidas.
É um projeto que depende do comprometimento da empresa como um todo. O Six Sigma utiliza métodos e cálculos matemáticos para chegar a alguma conclusão, isso afasta os achismos. Todos os envolvidos devem ter noção disso para compreender o quanto pode ser vantajoso para a organização.
Enfim, o Lean Six Sigma
O Lean Six Sigma une esses dois conceitos para melhorar processos através de um leque de ferramentas e técnicas ainda maior do que cada um deles separadamente. Uma dessas ferramentas é o Design para Lean Six Sigma (DFLSS).
Como geralmente as pessoas da área da qualidade conhecem um ou outro método, a curva de implantação do Lean Six Sigma se torna menor. Com mais opções de ferramentas há também mais possibilidades, tanto para eliminar desperdícios quanto para evitar variabilidades. As ferramentas e técnicas são organizadas na ordem mais apropriada para cada etapa do DMAIC.
É assim que diversas empresas usam o Lean Six Sigma no aperfeiçoamento de vários tipos de processos. E você, o que achou dessa possibilidade? Já pensou em usar o Lean e o Seis Sigma juntos? Comenta aqui embaixo o que você pensa a respeito disso.